ÍDOLOS DO BRASILEIRÃO #6: Felipão, Criciúma.


Luiz Felipe Scolari não é, definitivamente, o maior ídolo do Criciúma Esporte Clube. Então, por que diabos ele foi escolhido para representar o Tigre? A resposta é simples, não foi marcando gols, não foi dando dribles, e nem agradando a torcida que Felipão tornou-se uma lenda em Santa Catarina, para depois consagrar-se no Brasil inteiro, e posteriormente no mundo. Luiz Felipe Scolari, sentado no banco ou em pé beirando às quatro linhas, é a figura mais importante da gloriosa história do time carvoeiro.


Era o segundo dia de junho de 1991, o estádio Heriberto Hülse preparava-se para receber o maior jogo de sua história. Criciúma e Grêmio se enfrentariam em um embate sulista que valeria o título da Copa do Brasil daquele ano. O primeiro jogo, no Olímpico, terminara em 1 a 1, o Tigre tinha a vantagem do 0 a 0, e entraria para se defender. Felipão começou a carimbar sua marca registrada naquele ano, retrancar-se sem medo e jogar com o regulamente embaixo do braço, era exatamente o que o Criciúma faria àquela noite.

Não eram times incríveis, o forte de ambas as equipes era o seu conjunto, principalmente no caso do clube catarinense, vide que nenhum dos jogadores do elenco campeão em 91 vingou em qualquer outra equipe. O Grêmio lançou-se ao ataque desde o início. Alexandre era exigido a cada minuto, não decepcionou. O tempo passa, o Grêmio não conseguia furar a muralha defensiva formada por Vilmar e Altair, e quando furava, para nas mãos do arqueiro carvoeiro.

Felipão estava inquieto. Não sentou-se ao banco hora alguma. O apito final foi de consagrar, Felipão correu ao centro do campo e abraçou todos, sem exceção. Atletas, juiz, bandeiras, dirigentes, repórteres, policiais, ninguém escapou. O gaúcho fora só alegria o resto daquela noite, a noite mais memorável para os torcedores do Tigre.

Felipão, que ganhou tudo em terras brasileiras, quatro Copas do Brasil (Criciúma, Grêmio e Palmeiras em duas oportunidades), um campeonato brasileiro com o Grêmio, duas Libertadores (Grêmio e Palmeiras) e uma Mercosul com verdão, e acima de tudo, levou o Brasil ao seu quinto título de Copas do Mundo em 2002. Scolari, que levantou a moral de Portugal, que resgatou a identificação de um povo com sua seleção nacional. Levou Portugal à uma campanha histórica em 2006. Big Phil, que foi desmoralizado e saiu derrubado do Chelsea. Perdeu o vestiário.

Luis Felipe Scolari conta que só foi demitido três vezes em sua carreira, uma no Chelsea, um no Palmeiras, e a outra no CSA, de Alagoas. Clube pelo qual terminou sua carreira como atleta e iniciou a de treinador. "Em Alagoas, sou lembrado mais como o zagueiro que marcou três gols a favor de três contra do que como técnico campeão do mundo". Felipão é uma figura folclórica do futebol brasileiro. Será eternamente lembrado nas linhas da história do esporte bretão.

Postagens mais visitadas deste blog

ESPN e Disney Plus forçam o fã de Premier League no Brasil à pirataria

Luiz Adriano afirma desejo de voltar ao Brasil